O Menino do Pijama Listrado - John Boyne

Ao me deparar com "O Menino do Pijama Listrado", acreditei estar preparada para "mais um história sobre o nazismo". Eu estava errada. Nada poderia ter me preparado para a leitura de uma história tão profunda, tão complexa e escondida sob uma fachada simples, como a obra que John Boyne tão brilhantemente criou.

Entre eles, não existem nazistas, judeus, ódio, sofrimento e intolerância: apenas dois meninos de nove anos que, mesmo tão diferentes, são extremamente parecidos, e desenvolvem uma amizade pura, em meio à sujeira do ódio e da dor. Entre uma razoável quantidade de livros que já li, posso contar nos dedos aqueles que me fizeram sentir, de uma maneira tão real como esse livro fez.

A maneira com a qual todos os sentimentos dos personagens são transmitidos é exemplar, já que, apesar da inocência dos meninos, o leitor consegue perceber o que realmente está sendo narrado, o que, para mim, só doeu ainda mais. Essa falta de "visão da realidade" de Bruno foi apenas mais um dos motivos pelo qual, ao fim da obra, eu não conseguia parar de chorar. Chorar pelo sofrimento vivido por um povo que não merecia, pelo ódio e ignorância de tão poucos ter atingido tantos e cegado tantos também. Por aqueles que morreram e sofreram tentando defender o que acreditavam, tentando defender seu direito fundamental de viver e ser livre. 😓😓😭😭 Creio ser impossível colocar em palavras o quanto esse livro me tocou, e como eu estou certa de que a história de Bruno e Schmuel irá permanecer comigo por toda a vida. Eu gostei muito e tive vontade de entrar no livro, abraçá-los e dizer que tudo ficaria bem, mesmo que não fosse ficar nada bem.

Uma história que irá fazer sua alma doer, mas que te ensinará compaixão e conhecimento da maldade humana como poucas. E detalhe, John escreveu esse livro em apenas dois dias e meio, o que me faz imaginar no quanto ele ficou submergido nessa história enquanto escrevia, como eu enquanto lia. ❤📚